Por Carol Mendes*
O antigo Aqueduto da Carioca, conhecido como Arcos da Lapa, é um dos cartões postais da cidade do Rio de Janeiro. O documentário independente Memórias da Lapa, produzido, dirigido, roteirizado e editado por Giovanna Temido, jornalista recém-formada pela PUC-Rio, acompanha os diversos personagens que ilustram o bairro histórico e boêmio.
Para Giovanna, a maior parte dos símbolos do coletivo carioca podem ser ilustrados perfeitamente pelos moradores e trabalhadores da Lapa. Personalidades históricas como Madame Satã são relembradas, ao passo que atuais caras do bairro são introduzidas à narrativa. Às duas da manhã, um vendedor ambulante de livros passa de mesa em mesa nos bares da Lapa.
Muito conhecido na região, o senhor é um dos personagens atuais do bairro, assim como uma mulher cigana e o diretor de teatro, Amir Haddad.
Com uma câmera na mão, Giovanna explora dois mundos – a Lapa da manhã e a Lapa da madrugada – com visitas a bares, ao bondinho de Santa Teresa e a amostras culturais.
O grupo Tá na Rua, desde 1980 sob a direção de Amir Haddad, também é acompanhado no documentário em umas de suas apresentações teatrais nas praças do centro da cidade.
A partir de um trabalho de observação de quase dois meses, e conversas com a historiadora Any Dana, o projeto contrasta e compara a Lapa do Rio Antigo com a Lapa de hoje.
Apesar das mudanças de época, “entra ano, sai ano, e a Lapa continua com a sua essência; parte da gente carioca é abraçar o absurdo e o peculiar por um lado positivo de criatividade e bom humor” – isso a Lapa mostra, conta Giovanna.
*Carol Mendes, estudante de Jornalismo da PUC-Rio, com orientação de professores da universidade e revisão final de Veja Rio.